segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Eu vejo o inferno

Estou com o estômago embrulhado
E sinto uma brisa fria passando por mim,
Seguindo seu caminho junto ao rio.
Eu poderia mergulhar nessa água ou
Eu posso me sentar nesse banco (que eu mesmo construí)
E olhar, tranquilo, para o tempo que me resta.
Eu não me sinto bem.
Sou criança no primeiro dia de aula;
Sou alma assim que chega ao céu
Ou ao inferno.
Deste banco, naquele rio
Eu quase posso ver o inferno.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Roda Gigante

Caminho como uma roda gigante.
Sinto-me, agora, como alguém
Que sai de casa com uma lista
De três tarefas para fazer e nada resolve.
É quase como um flashback
De LSD que amortece os ombros,
Aperta o peito e dói...
Dói em algum ponto fora do mapa.
Parece, às vezes, que minha luta
É para entender uma língua estrangeira;
Sem dicionário, sem palavra-chave
E sem talento.

sábado, 15 de novembro de 2014

Confusão

As folhas de outono se desprendiam
E chegavam na grama rindo do meu desespero.
Eu queria fazer algo que não devia e
Eu devia fazer algo que não queria:
Eu devia ficar calado.

A cada palavra que eu dizia, sentia que eu
Precisava aumentar minha voz para ela ouvir.
Já estivemos muito longe, mas não como agora.
O rio que passou e levou minha esperança
Pode ter trazido minha sanidade, não sei.
E a confusão? Essa não é liquida.