quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Vejo seus braços abertos como cruz

Vejo seus braços abertos como cruz
Com a ponta dos dedos tocando o ar.
O vento gelado passa por teu pescoço
E eu respiro, profundo.
Eu te assisto.

Meu peso está espalhado pelo chão
Sobre uma folha qualquer que irrita meu braço
(A sua risada ruboriza alguma parte de mim que eu tento esconder).
O vento que caminha junto de nós
Canta, junto com as folhas, a mesma canção dos rios.

Ouço o leve silvo do ar saindo de sua boca: te achei!
Corro para a porta e te anuncio!
Ensaio um sorriso calmo
De um desinteresse inexistente.

Você não sabe. Eu não sabia.
Fiz como se não fosse nada.
Fiz como se não fosse o dia.

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